terça-feira, 4 de outubro de 2011

O medo, por Mia Couto

Já falamos sobre uma das formas de aprisionamento que buscamos desconstruir no momento presente (os estereótipos) em nossa postagem O Perigo da História da Única, em que apresentamos o vídeo da nigeriana Chimamanda Adichie. Hoje traremos a contribuição de Mia Couto para falar sobre outra forma de aprisionamento da contemporaneidade, o medo. 

Este sentimento compartilhado por grande parte da sociedade atualmente tem sido manipulado para justificar e legitimar guerras e favorecer a multiplicação dos rendimentos da indústria bélica e de segurança. Entre outras coisas, Mia Couto questiona o fato das indústrias de armas não terem sido afetadas pela crise mundial, mostrando que, enquanto nos aprisionamos cada vez mais devido ao medo, há quem esteja ganhando com tudo isso. Assim, ele conclui que "as armas têm medo da falta de guerras" (Eduardo Galeano). Portanto, "há quem tenha medo que o medo acabe". (Mia Couto)

"Para fabricar armas é preciso fabricar inimigos; para produzir inimigos, é imperioso sustentar fantasmas." (Mia Couto)