"O
livro analisa o funcionamento do sistema de justiça criminal, relatando vinte
anos de criminalização (1968 - 1988) sofrida por adolescentes moradores de
favelas e bairros pobres do Rio de Janeiro, contextualizando-a nos cem anos de
história republicana do Brasil. A tese apresentada é de que, ao contrário de sua função declarada, isto é,
diferentemente de sua ideologia oficial, o sistema de justiça criminal da
sociedade capitalista serve para disciplinar os despossuídos, constrangê-los a
aceitar a "moral do trabalho" que lhes é imposta pela posição
subalterna na divisão de trabalho e na distribuição da riqueza socialmente
produzida. Por isso, o sistema criminal se direciona constantemente às camadas
mais frágeis e vulneráveis da população: para mantê-la o mais dócil possível nos
guetos da marginalidade social ou para contribuir para a sua destruição física."
(Prefácio de Alessandro Baratta).
(Prefácio de Alessandro Baratta).
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