sexta-feira, 16 de março de 2012

Um pé de que? Cannabis

Sabemos que na história da humanidade sempre houve o uso de substâncias psicoativas para fins ritualísticos ou medicinais. Sua criminalização, no entanto, só se deu a partir do início do século XX, intimamente relacionada à perseguição de determinados grupos e minorias étnicas através da repressão de suas práticas. No caso do Brasil, por exemplo, da mesma forma que reprimiram o candomblé, a capoeira e o samba, também reprimiram o “fumo d’Angola”, como era chamada a Cannabis (maconha), fumada pelos escravos nos canaviais e antes cultivada e utilizada pelos próprios colonizadores. Só que o conteúdo moral, religioso e político envolvido em sua proibição fez com que esta repressão tomasse proporções enormes culminando no imaginário moralizador e demonizador atual ao seu respeito.

É sobre esta história da criminalização da maconha que discorr o vídeo "Um pé de que? Cannabis" apresentado por Regina Casé no Canal Futura.

Parte 1


Parte 2


Parte 3


Difíceis ganhos fáceis: drogas e juventude pobre no Rio de Janeiro

"O livro analisa o funcionamento do sistema de justiça criminal, relatando vinte anos de criminalização (1968 - 1988) sofrida por adolescentes moradores de favelas e bairros pobres do Rio de Janeiro, contextualizando-a nos cem anos de história republicana do Brasil. A tese apresentada é de que, ao contrário de sua função declarada, isto é, diferentemente de sua ideologia oficial, o sistema de justiça criminal da sociedade capitalista serve para disciplinar os despossuídos, constrangê-los a aceitar a "moral do trabalho" que lhes é imposta pela posição subalterna na divisão de trabalho e na distribuição da riqueza socialmente produzida. Por isso, o sistema criminal se direciona constantemente às camadas mais frágeis e vulneráveis da população: para mantê-la o mais dócil possível nos guetos da marginalidade social ou para contribuir para a sua destruição física."
(Prefácio de Alessandro Baratta).